Vem o tempo e fere a fúria
da mansidão dos sentimentos.
Vem de súbito, no repente,
nesses instantes, frações de eternidade.
Da noite pro dia
são tantas as estrelas que escurecem,
toda a lua que se esquece,
ocidente-oriente.
Espera-se o sol.
Mas volta e meia vem ele
todo anuviado.
Flagrado fui pela fragrante flor
do medo,
a rosa negra do nosso jardim
em chamas.
Não sei-me,
Desaprendi-me.
Perdi-me no encontro,
encontro-me na despedida.
Eu que o tempo engana
que fere
que cura.