3 de junho de 2013

Preamar

Já aprendi a não me perturbar com teu silêncio,
ele que é a resposta de todas as minhas palavras,
que exclama enquanto eu interrogo.
Teu sossego é meu desassossego,
tua calma, minha fúria.

Ah, meu amor, se tu soubesses
como essa viagem em vagões separados
tem me doído a alma,
virias correndo sentar ao meu lado.
Poderíamos pedir um café
e falar um pouco sobre a vida.

Viestes com essa função sublime
de completar meus paradoxos,
e com a magia de não lhes permitir
interpretação alguma.
São nossos paradoxos,
autoexplicativos para nós.

Meu bem, a saudade
do nosso ex-futuro
tem me feito chorar o dobro da metade.
Aquela semente que plantamos
germinou;
ela tem perguntado por nós,
que lha direi?

Nenhum comentário:

Postar um comentário