6 de junho de 2013

Angulare




Há que se tomar em mãos
matérias desconhecidas.
Há de torná-las em algo conhecido
mas sem explicação.
Que graça há em criar aquilo que se sabe?
O colorido nasce da surpresa.

Há de ser sempre o tempo,
esse fatal fato,
inimigo da saudade,
paliativo das dores,
amigo das coisas desarrumadas,
aquilo que trará o que nós precisamos
mas não o sabemos.

Há de se cultivar a semente,
esperar seu tempo.
Repara bem
quanto tempo leva um botão pra formar-se
e como a flor nasce no repente.
Veja como a noite atravessada na insonia é grande,
mas quando o sono é tanto, ela é questão de minutos.

Há de se constatar que as coisas
são aquilos que as chamamos.
A luz acesa do meu quarto
faz dia.
Não, não é noite.



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