2 de agosto de 2013

A falta que nada faz



Eu acho sonho
que sinto
que sei.
Mas no fundo é nada.
Um nada completo de tudo,
assim como nuvem
que se passa por algodão.

Os ponteiros giram às avessas,
o tempo passa voltando
naqueles lugares escuros e claros
de um passado colorido,
no qual nossas formas disformes
encaixaram-se.

O tempo acelera
e freamos freneticamente:
é frívolo!
A colisão é inevitável.
O que há de ser dos nossos destroços?

Ah, como quisera eu
ter-te dito tudo que me engasga,
tudo aquilo que furtei-me de dizer,
por medo de me equivocar
na morfologia e na sintaxe.
Ter-te lançado todos os objetos,
diretos e indiretos.

Eu acho que esse nada,
no fundo, é tudo que sinto e sei.
Só não mais sei
se sonhei.


Nenhum comentário:

Postar um comentário