11 de maio de 2013

Reflexo sobre imagens passadas


O tempo e sua incrível missão de passar... Dias, meses, anos e as sementes que plantamos conforme eles correm. Ficam lembranças. Boas ou ruins, elas ficam. Amigos que cultivamos, laços que criamos, barreiras que a gente derruba, os tombos que a gente cai. Isso tudo se faz necessário para construirmos o que chamamos de presente. Os tempos de outrora não voltam, a vida corre solta e a gente tem que escolher abraçar isso e desprender-se daquilo.

Em algumas coisas é bem fácil por ponto final, noutras não. Nem um pouco. Há também aqueles capítulos nos quais, por mais que saibamos o quanto mereçam um ponto final, insistimos em saudar-lhes com reticências na esperanças de voltar a discorrer sobre eles num parágrafo qualquer no futuro. Às vezes, por ironia do destino, até acontece. Mas não vale a pena ater-se a isso. Não que esperança seja sinônimo de atraso, mas é que a vida vai indo feito um barco de papel solto na correnteza, e às vezes a gente tem essa mania besta não enxerga o que tá bem na frente do nosso nariz, ora. Deixemos que as ironias do destino sejam realmente irônicas, pois.

Olhar pra trás tem que ser pra ver ao que vale a pena se entregar no presente, no que vale a pena acreditar para o futuro. Não é digno de louvação tropeçar na mesma pedra na qual já tropecei. Catapora a gente só tem uma vez, então porque é que temos que sofrer do mesmo mal tantas vezes? Usemos a lógica da catapora. Aconteceu uma vez, criei meu antídoto. Pronto, chega. De agora em diante esse mal não me pega mais.

Entretanto, enumeremos as vezes que ficamos parado num mesmo ponto, por um tempo tão grande, estagnados, feito uma trepadeira que cresce numa árvore. Quantas coisas passaram, quantas oportunidades insistiram em gritar: “hey, estou aqui!” e nós preferimos fingir que “não estamos”. E, quase sempre, elas não voltam, não! Veja, até elas usam a lógica da catapora: tentam insistir na gente uma vez só.

O fato é que as coisas só acontecem quando nós as fazemos valer. Não queiramos colher bons frutos sem ao menos plantar uma semente, ou a plantar e não cuidar. Tudo que deixamos cair nesse nosso terreno do hoje é determinante para a colheita presente e futura. Escolha valores, escolha amigos e cultive os que já têm. Não se contente com pouco no que diz respeito ao teu crescimento, afinal é um esforço que refletir-se-á em teu benefício. Ninguém chega ao décimo degrau sem antes passar por outros nove, ninguém ganha na loteria se não comprar o bilhete.

As coisas não são perfeitas e quase nunca do jeito que a gente quer. Então escolhamos melhor pelo que vale a pena lutar ou sofrer, para que, quando fizermos um passei pelo nosso museu interior, o que sintamos seja só saudade boa e, com o peito estufado e até mesmos com lágrimas felizes nos olhos, digamos: “puxa, como valeu a pena!”.

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